Parutions

Nouveautés éditoriales linguistiques et saussuriennes.

Flores – A linguística geral de Ferdinand de Saussure

Valdir do Nascimento Flores, A linguística geral de Ferdinand de Saussure. São Paulo, Editora Contexto, 2023, 160 p. ISBN 978-65-5541-230-7, R$ 45,00
Notice de l’Éditeur avec Table des matières, Introduction et premier chapitre.

Esta obra apresenta um conjunto de argumentos que possibilitam delinear a linguística geral de Ferdinand de Saussure. Valdir do Nascimento Flores, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Brasil, toma como parâmetro tudo o que pode ser considerado básico para compreender o universo saussuriano relacionado ao que se consagrou sob o rótulo de “linguística geral”.
Em função disso, utiliza fontes de fácil acesso ao público iniciante de linguistas, privilegiando sempre que possível bibliografia em língua portuguesa.
O livro traz uma pequena nota biográfica de Saussure e sua linguística geral, uma breve história das fontes saussurianas, discorre sobre a gênese da obra de Saussure relacionada ao tema, trazendo ainda uma discussão sobre o termo “linguística geral” em si.
O autor não foge de pontos controversos que rondam o pensador, como a questão sobre ele ser ou não estruturalista, e faz uma análise cautelosa e aprofundada sobre os dois livros póstumos – Curso de linguística geral (CLG) e Escritos de linguística geral (ELG) – atribuídos a Saussure e cercados de polêmicas por conta dos processos de edição que sofreram; mas que são inescapáveis e praticamente onipresentes na pesquisa e na formação acadêmica de linguistas e estudantes de Letras (e não somente no Brasil). Esta obra contribui, assim, para um aprofundamento da discussão acerca da linguística saussuriana existente entre nós.

Publié par giuseppe d'ottavi dans Parutions

Saussure e a escola de Genebra – org. V. Flores, G. Othero

Saussure e a escola de Genebra, organizado por Valdir do Nascimento Flores e Gabriel Othero. São Paulo, Editora Contexto, 2023, 208 p. ISBN 978-65-5541-275-8, R$ 55,00
Notice de l’Éditeur avec Table des matières et Introduction.


A Escola de Genebra designa, de modo geral, o movimento sociológico que reúne o programa de pesquisa construído em torno do nome de Ferdinand de Saussure nas quatro primeiras décadas do século XX. Esta obra discute o significado dessa escola linguística e sua relação com a figura de Saussure e se divide em três partes.
A primeira parte, intitulada “Leituras de Saussure: a figura de Albert Sechehaye”, reúne textos de autoria de Sechehaye que explicitam o acolhimento que teve o Curso de linguística geral no âmbito da Escola de Genebra. Além de um capítulo de Valdir do Nascimento Flores e Gabriel Othero sobre o artigo “Em favor do arbitrário do signo”, de autoria de Albert Sechehaye, Charles Bally e Henri Frei, que constitui a base para a compreensão do debate em torno da arbitrariedade do signo linguístico durante o século XX.
Na segunda parte, encontra-se um capítulo de Anamaria Curea, reconhecida especialista quando o assunto é a Escola de Genebra. Em seu texto, a autora dedica-se a estudar a “primeira geração” de linguistas da Escola de Genebra com a intenção de ver como, nela, a arbitrariedade se apresenta como um problema a ser explorado. Em seguida, encontra-se o texto “A Escola de Genebra vista pela Sociedade linguística de Paris”, de Pierre-Yves Testenoire, que avalia a Escola de Genebra “de um ponto de vista externo”, o da Sociedade linguística de Paris. São destacados os pontos de contato e os pontos de distanciamento entre as duas “organizações”. O texto é extremamente elucidativo da perspectiva histórica que assume.
Finalmente, na terceira parte do livro, “Correspondência sobre a edição do CLG”, são apresentados três conjuntos de cartas, relativas à redação do CLG e publicadas na prestigiada revista Cahiers Ferdinand de Saussure, do Cercle Ferdinand de Saussure: o primeiro conjunto, “Cem anos de filologia saussuriana I: cartas trocadas por Albert Sechehaye e Charles Bally para a edição do Curso de linguística geral (1916)” ; o segundo, “Complemento à correspondência entre Charles Bally e Albert Sechehaye durante a elaboração do Curso de linguística geral (1913)”; o terceiro, “Cem Anos de Filologia Saussuriana III – Albert Riedlinger (1883-1978) e sua ‘colaboração’ com os editores”. Essa Parte conta com comentários feitos por Estanislao Sofía (nos dois primeiros conjuntos) e por este em colaboração com Anne-Marguerite Frýba (no terceiro conjunto), especialistas no tema.

Contributions de Anamaria Curea, Valdir do Nascimento Flores, Anne-Marguerite Frýba, Gabriel Othero, Estanislao Sofía, Pierre-Yves Testenoire.

Publié par giuseppe d'ottavi dans Parutions

The Limits of Structuralism – ed. J. McElvenny

The Limits of Structuralism. Forgotten Texts in the History of Modern Linguistics, edited by James McElvenny. Oxford, Oxford University Press 2023, 336 p. ISBN 9780192849045, 83 £
DOI : doi.org/10.1093/oso/9780192849045.001.0001
Notice de l’Éditeur avec table des matières ; disponible en version numérique.
Google Books Preview.

Based around seven primary texts spanning 130 years, this volume explores the conceptual boundaries of structuralism, a scholarly movement and associated body of doctrines foundational to modern linguistics and many other humanities and social sciences. Each chapter in the volume presents a classic — and yet today underappreciated — text that addresses questions crucial to the evolution of structuralism. The texts are made accessible to present-day English-speaking readers through translation and extensive critical notes; each text is also accompanied by a detailed introduction that places it in its intellectual and historical context and outlines the insights that it contains. The volume reveals the complex genealogy of our ideas and enriches our understanding of their contemporary form and use.

James McElvenny is a researcher in the Special Collaborative Research Centre ‘Media of Co-operation’ at the University of Siegen, having previously held positions at the University of Potsdam and the University of Edinburgh. He is a linguist and historian of science whose research focuses on the history of modern linguistics, and his books include Form and Formalism in Linguistics (Language Science Press, 2019) and Gabelentz and the Science of Language (Amsterdam University Press, 2019).

Contributors: Lorenzo Cigana (University of Copenhagen), John E. Joseph (University of Edinburgh), Chloé Laplantine (CNRS / University of Paris), James McElvenny (University of Siegen), Patrick Sériot (University of Lausanne), Floris Solleveld (KU Leuven), Margaret Thomas (Boston College).

Publié par giuseppe d'ottavi dans Parutions

Russo – Saussure according to his own words

Domenico Russo, Saussure according to his own words. A concordance to the Italian translation of Notes personnelles de Ferdinand de Saussure sur la linguistique générale. Roma, Aracne 2023, 1076 p. ISBN 979-12-218-0601-4, 47 € / 28,2 €
Notice de l’Éditeur, avec Table de matières et Introduction.

I publish here the concordances of the Scritti inediti di linguistica generale, the Italian translation of Notes personnelles de Ferdinand de Saussure sur la linguistique générale carried out by Tullio De Mauro. The reasons for this work are clear.
First of all, Ferdinand de Saussure is the first linguist who succeeded in elaborating a scientific theory of language as a human manifestation of the faculty of language. Secondly, Saussurian theory is the foundation of every other modern linguistic theory. Thirdly, Saussure never published the text that articulates his theory. Fourthly, and finally, Saussurian theory has always and almost exclusively been spread and studied using non-autograph sources, above all the edition of Cours de linguistique générale edited by Charles Bally and Albert Sechehaye with the collaboration of Albert Riedlinger and critiqued by Tullio De Mauro.While it is true that Saussure never published the text that articulates his theory, it is also true that he annotated it in the bundle of pages preserved by the Bibliothèque publique et universitaire de Genève and catalogued as the Notes personnelles de Ferdinand de Saussure sur la linguistique générale. This means that the Notes personnelles kept in Geneva are the only autographed text that articulates Saussurian linguistic theory. The Notes personnelles were transcribed as a full diplomatic edition by Rudolf Engler and this transcription is on the basis of the Italian translation, introduced and with commentary, carried out by Tullio De Mauro under the title Scritti inediti di linguistica generale. Thus, after the Notes personnelles and Rudolf Engler’s transcription, the work of De Mauro is the text in which Saussurian linguistic theory is articulated in the way that adheres most closely to Saussure’s thought.

Extrait de l’Introduction, p. IX.

Publié par giuseppe d'ottavi dans Parutions

Études saussuriennes aujourd’hui – éd. M.F. Pereira de Castro, N. Rabelo Bakker Faria, E. Silveira

Études saussuriennes aujourd’hui, sous la direction de Maria Fausta Pereira de Castro, Núbia Rabelo Bakker Faria, Eliane Silveira. Préface d’Enrica Galazzi. Roma, Aracne Editrice (Lingue d’Europa e del Mediterraneo, 19), 2023, 228 p. ISBN 979-12-5994-598-3, 16,00 €
Notice de l’Éditeur
Table des matières, Préface et Présentation

Le titre de ce livre coïncide avec celui de l’atelier réalisé lors du XVe ICHoLS, Études saussuriennes aujourd’hui, proposé par deux espaces institutionnels brésiliens qui accueillent les chercheurs de la fortune saussurienne, le Grupo de Pesquisa Ferdinand de Saussure [Groupe de Recherche Ferdinand de Saussure] (CNPq) et le Grupo de Trabalho Estudos Saussurianos [Groupe de Travail Études saussuriennes] (ANPOLL). Cet atelier a réuni des chercheurs d’institutions brésiliennes du nord au sud du pays, en visant le débat sur l’actualité de la pensée saussurienne, à partir d’un faisceau de relations de travail qui s’est développé au Brésil. Cette configuration a donné lieu à un environnement de production fertile, favorisant la création d’espaces de débats ainsi qu’à des publications.
La présente publication reprend et célèbre les liens que le champ de recherche ici représenté entretient avec des chercheurs de marque, parmi lesquels nous voudrions mettre en avant Christian Puech, mais aussi Claudine Normand et Michel Arrivé qui, en 1992, ont organisé le colloque Saussure aujourd’hui, à Cerisy-la-Salle. Nous reconnaissons l’écho des travaux de ces chercheurs dans les études brésiliennes portant sur l’héritage saussurien, qui connurent une réactualisation en 1996 avec la découverte du manuscrit De l’essence double du langage, ainsi qu’avec les grandes réunions qui eurent lieu au Brésil et dans de nombreux autres pays, à l’occasion des centenaires de la mort de Saussure en 2013 et, en 2016, de la publication du Cours de linguistique générale.
Il était significatif pour nous que le XV ICHoLS prenne place dans l’Italie de Tullio de Mauro, dont la contribution inestimable au domaine de recherche n’a plus besoin d’être présentée.

Extrait de la présentation, p. 17

Publié par giuseppe d'ottavi dans Parutions

Silveira – A aventura de Saussure

Eliane Silveira, A aventura de Saussure, Campinas (SP), Editora da Abralin (Altos Estudos em Linguística), 2022, 180 p., ISBN 978-85-68990-28-5
DOI: 10.25189/9788568990285
Notice de l’Éditeur et table des matières.
Volume entièrement disponible en ligne (format PDF, EPUB, MOBI) sur le site de l’Éditeur.

Présentation de l’ouvrage, 29.03.2023 (min. 59:15)

O Saussure que trazemos neste livro é efeito do seu tempo, mas não em sintonia com ele. Por isso mesmo buscaremos acompanhar Saussure em uma das suas experiências que, aqui, junto com Agamben (A aventura, 2018), chamaremos de aventura enquanto indissociável da palavra. Para o filósofo italiano, “todo homem encontra-se preso à aventura” (ivi, p. 61) “que ele deve saber reconhecer para estar a sua altura” (ivi, p. 54). Esse parece ser o caso de Saussure, que escreveu sobre questões de linguagem desde muito jovem – estima-se que o seu primeiro manuscrito sobre o tema tenha sido produzido entre 14 e 15 anos – e escreveu até a sua morte, aos 56. Foram décadas de escrita sobre o mesmo tema, que, no século XIX, era bastante amplo. Porém, Saussure marcou um percurso particular por entre as possibilidades de abordá-lo: havia o conhecimento próprio do século XIX, mas não uma resignação às respostas que os seus contemporâneos já haviam dado para as questões da área. Além disso, ele era capaz de se desvencilhar das questões unânimes e caminhar por outras, que o seu tempo ainda não havia enfrentado, embora não as desconhecesse. Esse era o caso em relação à demanda por cientificidade própria aos estudos da linguagem e às dificuldades de delimitação do objeto específico dessa ciência que, embora já tivesse sido histórica e também darwinista, ainda não lograva um estatuto comum de ciência entre seus próprios pares ou entre as outras ciências.
[…]
Ao final dessa jornada, esperamos que o leitor tenha sentido o peso da aventura saussuriana pelos meandros da sua escrita, neste mergulho pelas rasuras, pelos incisos, diante da frase inacabada, em todas as repetições e também em cada formulação que nem sempre é facilmente situável entre tantos caminhos e descaminhos dos seus traços. Mas, supomos que, ao abordar a elaboração do linguista por esse viés, estamos contribuindo para a compreensão sobre a constituição da linguística enquanto ciência a partir do trabalho de Saussure, o que talvez nos permita pensar o linguista em geral no seu trabalho de pesquisa e construção da área, graças ao que ela já não é mais a mesma desde Saussure.
Um efeito pedagógico deste trabalho seria a possibilidade de que o seu leitor, ao apreender os conceitos no próprio movimento de elaboração, os compreendesse melhor, assim como perceber a necessária rede de relações que há entre eles. Mas não estaríamos satisfeitos se o leitor, antes de tudo, não vislumbrasse a necessária implicação do linguista nessa aventura – que, de início, ele não pode saber onde acabará (mesmo que não termine) – e, ainda assim, ele reconhecesse o seu pertencimento a ela, à aventura do linguista.

Extrait de l’introduction, p. 17-18, 22.

Publié par giuseppe d'ottavi dans Parutions